segunda-feira, 2 de março de 2020

Memórias

Olá. tudo bem? Você mesmo que está lendo esse blog, que procurou no Google, viu alguma referência ou até mesmo veio aqui nesse espaço porque alguém te falou para vir, me responde uma coisa (ou pense sem me dizer) - qual é sua primeira lembrança? O que te passou pela cabeça?
Já faz pelo menos uma semana que estou com essa ideia fixa de escrever sobre memórias, por "n" motivos.
Minha primeira lembrança  é de eu,  fugindo do berço para dormir junto com uma tia minha. Eu deveria ter no máximo 3 anos. Sim, nunca gostei de ficar sozinho e isso literalmente vem de berço. 
Vamos falar então de memórias, de forma solta, como gosto de ser aqui nesse espaço.

Dia 05 de janeiro de 2020 eu, por ordens médicas (ordens essas de pelo menos 2 anos atrás) voltei para academia, voltei a malhar. Sinto dores constantes na coluna, no nervo ciático, e pelo que me foi passado, a musculação ajudaria a fortalecer meu corpo, meu abdome, para proteger a coluna. E lá fui eu, com 40 anos, de óculos,  um tiozão (como diz um amigo meu), passar por avaliação física para voltar a pegar pesos , em média 1/3 do que pegava quando parei de malhar. Seguindo uma série montada pelo professor vou perseverando 4x por semana .

Agora sobre Maria Tereza (afinal o espaço é dela), tenho algo importante a dizer. 

Dia 10 de fevereiro de 2020 foi seu primeiro dia de aula. Primeiro dia de um novo ciclo, de uma nova vida, e se DEUS quiser, um caminho sem volta,  rumo ao conhecimento ao aprendizado contínuo. Dois dias antes, portanto um sábado, eu e mamãe fomos comprar mochila, lancheira, avental e outras coisinhas para que nossa filha tivesse o necessário, sem exageros, para começar essa nova etapa. 
No dia, mamãe deu banho, arrumou   Maria, deu almoçou e logo depois fomos todos (eu, mamãe, vovó e dindo) levar para a escola que fica há 3 quadras de nossa residência. Entrou chorando, não queria ir, não queria sair de perto da gente e com muito custo foi. Parecia que o mair sofrimento era da mãe e da avó. Eu ali me mantinha forte, tentando passar calma, entendendo que tudo aquilo era necessário. Foi no colo de uma auxiliar, chorando. Dindo levou a mamãe de carro para a escola em que ela trabalha (e já estava atrasada), vovó foi pra casa, e eu, não consegui sair da escola. Fiquei do lado de fora, por 2 horas (de 13 às 15), sentado no banco, esperando meu anjo sair, enquanto ouvia choros de crianças e rezava para não ser Maria Tereza. Enquanto isso um filme se passava pela minha cabeça. Memórias....
Lembro do C.A (hoje seria algo como o maternal 2, a mesma série que minha filha está), e lembro de uma tia minha me deixar na sala e sair, dizendo que voltaria logo. Lembro que chorei.  pois não queria ficar. Apesar de não ser minha primeira experiência em escola (eu um ano antes frequentei uma escolinha perto da minha casa ) , era a primeira vez que eu sentia que estava em um lugar totalmente novo. Fiquei na cadeira, sentado, segurando a vontade de entrar na sala e levar minha filha pra casa, para ficar agarrado e dar um monte de beijos. Não é assim que a vida tem que ser. Tudo é um processo, e faz parte da nossa evolução, do nosso caminho. Interromper uma etapa não é sinal de amor, é sinal de egoísmo. E fui levando, vendo a hora passar.  Na saída, Maria Tereza  veio sorrindo e, ao perguntar como foi, tive a resposta mais sincera (e esperada por mim) : foi maravilhoso! E fomos assim sorrindo pra casa. Começamos bem! Em casa comeu biscoitinho com banana amassada, logo depois de tomar banho e ficamos de dengo. Quando mamãe chegou , muito mais dengo e beijos. O sono da tarde? Ficou para a mamãe fazer dormir. 

E as memórias, onde se encaixam?  Em tudo! Qualquer sensação, estímulo, cheiro, som, imagem, desperta o que estava guardado. Vejo muito isso hoje, com minha filha, em cada atitude dela, cada descoberta. Eu volto no tempo também . Agora sobre mim? O que eu vejo é que nosso corpo tem memória. Sim, memória muscular. Basta um estímulo e ... o corpo responde. Com pouco mais de um mês eu senti diferença no meu corpo. O que antes estava sem tônus, voltou a aparecer músculos e confiança. Vejo cada grupo de músculo trabalhando e ficando visível a transformação em tão pouco tempo. 
Hoje, enquanto escrevo esse texto (após o carnaval), vejo que foi sim a melhor escolha que fiz. Minha saúde agradece e Maria Tereza também, pois vai ter um pai mais disposto a brincar e aguentar seu pique. 

Olhar para a Maria na escola é como relembrar cada momento meu, cada dia de aula. cada brincadeira, cada amigo que fiz e lembrar de cada professor e professora que foi importante em construir meu pensamento crítico. Pai e mãe educam, mas professores mostram o caminho. Se hoje eu estou aqui escrevendo esse blog, foi porque quanto eu tinha 16 anos e estava no primeiro ano do ensino médico (antigo 2º grau), tive aula de literatura com um professor chamado Severino. Eu tinha tanta admiração e respeito por esse senhor, que hoje eu só queria que ele soubesse que aquele aluno que era apaixonado por poesia, aprendeu a escrever com o coração.

Maria Tereza vai seguir o mesmo caminho, vai amar cada coisa que fizer e vai fazer sua história ser linda, do jeito que ela quiser. Ela vai saber que no fundo, cada passo que damos é parte da jornada. E nessa jornada estaremos sempre apoiando. Nem sempre vamos sorrir, mas vamos sempre orientar com amor, carinho e respeito.

No próximo post vamos falar sobre Carnaval. E tem coisa legal vindo aí.  Por enquanto vou deixar umas imagens da minha Pequena Grande Menina.

Beijos e abraços!











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