" E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música. ( Friedrich Nietzsche)"
Não, não sou louco, nem insano. Talvez até eu seja, não por um engano, mas por certeza certeza de que meu amor por essa filha é tão completo que finalmente me livro das amarras da vergonha e timidez para dançar. Não haveria ser de outra forma, não haveria ser com outra pessoa. Para mim, com quase 2 metros de altura, um tanto desengonçado, dançar era algo quase que impossível e improvável. Diria mais, pelo menos bem engraçado.
Um belo dia, logo depois de Maria completar 1 ano e 4 meses, assistindo tv em pleno domingo (a Dança dos Famosos, no Domingão do Faustão), reparei que Maria ficou prestando atenção na música (uma valsa). Peguei ela em meu colo, estiquei a mãozinha dela e comecei a rodar, seguindo a música. Deixei a música me levar mesmo, sem vergonha, sem pensar em nada. Para minha surpresa ela gostou e não quis que eu parasse, e assim dançamos. Diariamente chego em casa do trabalho e vez por outra, sem enredo, sem hora, pego e começo a deslizar com ela pela casa, dançando como se eu (nós) fôssemos bailarinos profissionais. Em outra ocasião, em plena madrugada de segunda-feira em uma crise de tosse e precisando se acalmar, peguei ela no colo no quarto e comecei a dançar. Dessa forma ela se acalmou e mamãe conseguiu dar o remédio. Sabe qual é a loucura disso tudo? Eu já me vendo dançando com ela a valsa de 15 anos. Quando dançamos tudo para, tudo vira um imenso cenário de filme, onde o príncipe dança com dama e todos ficam olhando admirados. Dessa forma vamos ensaiando diariamente nossa valsa. Eu, como pai babão que sou, danço em qualquer lugar. No meio na rua, no shopping, e até em banco! Com ela não tenho vergonha, tenho alegrias!
Em menos de 1 mês Maria Tereza teve dois períodos de gripe. O nascimento de seus dentes fez com que caísse sua imunidade (e olha que ela toma suas vitaminas todos os dias), mesmo com todo cuidado e amamentação (ela ainda mama no peito sim). Você acha que isso diminui a alegria e empolgação dela? Que nada! Cada dia mais falante, cada dia mais esperta. Sua onda agora é chamar papaizinho, mamãezinha, vovozinho e outras chantagens emocionais que criança aprende. Sinceramente não sei de onde saiu tanto "inho", mas ela sabe chamar a atenção direitinho! Ainda mais quando quer mamazinho. Logo após o banho ela vira pra mãe, chama pelo diminutivo e diz "mamazinho" . Como pode? Menina levada, esperta! Agora já usa o celular e manda áudios para todo mundo. Ah, sabe falar youtube, saudade, e ainda chama dindo Chico. Inês ela ainda chama sem citar o dinda, mas o amor é da mesma proporção, sem distinção.
Dia 13 de dezembro foi a festa do Lucca, de 1 aninho e Maria Tereza aproveitou demais a piscina de bolinhas! Salão lindo, cheio de crianças e Maria toda feliz. Nós também, claro!
Dia 20 nosso anjo fez mais um mês de vida e, com toda a correria do dia, comprei um bolinho para ela cantar parabéns e assoprar a velinha! Como presente uma rosa amarela. Para ser sempre lembrado que ela tem que ser bem tratada e bem cuidada.
Até tomar banho de pia na casa da tia Camila ela toma, e ri! Eita menina para gostar de água, de banho, de bagunça. Falando nisso, quando pergunto para ela o que ela quer fazer comigo, ela diz : bagunça! E ri, como se realmente soubesse o que isso quer dizer.
Maria gosta de bola e de boneca. Brinca com tal intensidade e alegria que nos faz esquecer que a vida deveria ser apenas isso. Para ela é, e para nós acaba sendo também. Ela tem tanta energia que chega a cansar a gente. Não raro a mãe fica exausta e eu também fico cansado. Quando não gosta de algo faz beicinho, fala "uh" e ainda diz "de mal" (to de mal). A avó ensinou e agora ela repete toda hora. Maria (como já falei) está na fase de repetir tudo, de absorver tudo, mas sei que ela absorve coisas boas.
Ser pai é acordar de madrugada para dançar valsa e ninar a criança que acorda assustada quando a mãe não está porque foi ao banheiro. É fazer massagem porque ela viu eu fazer na mamãe. É levar a filha na Vila Olímpica, sem tomar café da manhã só para ver o Papai Noel (que na verdade só chegou depois de meio-dia e não esperamos por causa do sol forte). Ser pai de menina é fazer as vontades e ainda por cima tentar ser durão ao dizer não. É desfrutar de cada minuto que pode ao lado, só para ver um sorriso. É ser feliz por ser Pai,
Mas então, é Natal né? Maria ganhou presente sim. Afinal ela merece! Mal ela sabe (ou sabe?) que nosso presente maior é ela ! Ganhou o boneco do palhaço Patata (confesso que não me atentei em comprar o Patati, mas farei isso logo!), além de outros presentes.
Obrigado pela presença. Fiquem com Papai do Céu!
