quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

De trás para frente - a gente aprende feito gente.

 Bom dia pessoal.

Sim, agora é dia 15/12/2021 e são 7:44 da manhã.  Estou escrevendo aqui ao menos para sinalizar : estou vivo, estou bem, estou aqui. Parece meio pesado, mas meu último post foi meio pesado, meio triste, como de fato eu estava. Meu desabafo foi sincero e foi pontual, como eu sempre digo e disse que esse é blog pessoal, não comercial e muito espontâneo. Não tenho pretensão de esconder minhas fraquezas e sei que minha filha um dia vai lembrar de todas as vezes que falhei, mas espero (mesmo) que ela se lembra de todas as vezes que dancei o "pararã" para ela dormir, ou das vezes que fiz o "seca e pula" quando ela saia do banho e dessa forma a distraia para ela não chorar ou se irritar. Sei também que muitas vezes falei "filha desculpa, o pai está trabalhando e não posso brincar com você agora'. Aliás, é sobre isso brevemente que vou falar agora nesse post de retomada, depois de meses sumido. 

Até a presente data (olha, frase bonita como a gente coloca em currículo), trabalho home-office, em um contrato, de 8 às 17h. Consegui esse emprego dias depois de ser dispensado daquele outro, e vou falar: nem eu acreditei. E abrindo um grande parênteses nisso: DEUS acredita em você sempre, mesmo quando a gente não acredita. A fé é testada em momentos assim e eu sinceramente me acho um homem de pouca fé (e não preciso ter vergonha em assumir isso).  Na verdade faltam 5 minutos para assumir meu posto e vou ligar meu equipamento de trabalho.

Vou deixar aqui algumas coisas só para eu lembrar e tratar no próximo post, de trás para frente:

Maria perdeu o dente e eu virei o Fada do Dente;

O fruto não cai longe da árvore, e eu sou a árvore - Maria e seu gênio.

O robô de Maria.

A marca de Maria - fiz minha primeira tatuagem.


Se puderem deixem comentários, ou até podem entrar em contato comigo. Quero conhecer e saber quem me lê e se me leem.


Grande abraço, e até breve.


Ah, se estiver lendo isso: TE AMO FILHA!💖

domingo, 4 de julho de 2021

Desabafo de um Pai

Boa noite pessoal.

Filha, agora eu gostaria de pedir licença do seu espaço, para fazer algo que eu realmente não gosto de fazer aqui nesse cantinho: um desabafo.

Eu, Washington Luiz, filho de mãe solteira, que até hoje não sei quem é meu pai, me volto novamente a um momento de incertezas. Perdi meu emprego na quinta (dia 01/07). Um emprego sem vínculo,  mas a qual me dediquei por 1 ano e 7 meses, indo 2x por semana. Um local onde eu achava que teria realmente uma progressão de carreira, com assinatura da minha carteira, ou mais aprendizado. Saí por mudanças na estrutura interna, mudanças de comando. Saí sem desavenças ou clima ruim, mas saí. Todo rompimento, por mais que seja esperado, é doloroso. As palavras de "força, Deus não dá nada que não possamos suportar, não aliviam a dor de perder uma fonte de renda que fará sim bastante falta para mim e minha família.  E novamente me coloco em dúvidas, quanto a minha carreira como profissional de TI. Bate a insegurança, o medo de ficar novamente 1 anos e 2 meses fora do mercado de trabalho. Eu já vinha realmente reavaliando minha carreira devido ao tempo, e particularmente pela minha idade. Me olhei no espelho, vi minha barba por fazer e alguns fios brancos. Nessa hora me dei conta (meio tarde?) que não tenho mais 20 anos, que estou envelhecendo, que a vida é finita e que ainda não realizei nada de bom para minha família. Um pai de 42 anos. O que minha filha vai falar de mim quando ela estiver mais velha? Que lembranças ela terá de quando tinha 5 anos? O que ela vai falar do pai? 

Eu, pai meio tarde (com 37 anos), mesmo com toda expectativa , toda vontade, toda esperança, ainda acho que estou longe de ser um exemplo de pai. Acho que o amor que dou, ainda é pouco. Vez por outra não me sinto tão companheiro como eu deveria ser. Ora ranzinza, ora mandão. Me vejo sendo o oposto daquilo que eu desejei ser para minha filha. E como é difícil quebrar velhos hábitos. Como é fácil dar conselhos ou ler "receitas prontas" em mídias sociais, em vídeos, em programas de TV. Conversei exatamente isso com minha esposa, sempre tão assertiva nos conselhos, nas leituras sobre como ser entender as crianças. Sei que ela está certa, mas quando Maria Tereza levanta a voz ou faz algo que não espero, pronto. Tudo que foi visto cai por terra e o modo Pai Chato entra em ação. Fico bravo, brigo, dou ordem, e depois claro, fico me questionando se agi corretamente. 

Sabe aquela minha última postagem sobre oração? Nesse momento de dúvidas eu só queria realmente sentir a força para orar por mim. Eu, homem de 42 anos, 1,91m, volto a ser uma criança assustada e cheia de medos. E como é ruim admitir isso, mesmo sabendo que há um DEUS que olha por mim, que me quer bem, e que me dá forças. Não quero realmente me sentir assim, mas nesse momento estou sim ferido. E como diz a música Super Herói de Sandy e Júnior (versão de outra música que também gosto muito It´s not Easy), que diz assim:

"Se eu quiser chorar
Não ter que fingir
Sei que posso errar
E é humano se ferir"

Acho que por hoje é só. Eu precisava falar isso, precisava expor(mais) meu lado normal aqui. E me perdoem não ser exatamente o melhor pai ou ser humano no mundo. Na verdade eu nunca quis ser exemplo pra ninguém, mas espero ser um pouco melhor do que sou hoje.

Forte abraço.

Fiquem com Papai do Céu.

quarta-feira, 30 de junho de 2021

O poder da oração dos Pais

Boa tarde filha, boa tarde leitores, eis-me aqui novamente, e mais uma vez depois de um tempinho(INHO mesmo) longe. 

Tem uma música de uma banda chamada Pedra Letícia que se chama Crença. Eu gosto muito dela, pois realmente me fez pensar a respeito. O começo dela: 

"Você tem alguma crença
Me conta da sua fé?
Me diz no que você crê
Eu lhe direi quem você é"

Quero relatar aqui uma situação que vivemos (eu, Maria e minha esposa) que mudou realmente minha cabeça com relação a fé. 

Eu sempre hábito de falar aos quatro ventos que sou católico por formação e espírita por escolha. Ou ainda, digo que creio em DEUS acima de todas as coisas e acredito que quando quando você faz o bem para o próximo, esse mesmo bem retorna para você. Quando estou na rua e vejo uma folha cair, sempre me vem na cabeça : nenhuma folha cai senão por vontade de DEUS. Isso realmente é fé? Você já parou para se questionar qual é o tamanho da sua fé? O quanto você REALMENTE crê que lá em cima há um DEUS que te ama e te protege? 

Logo depois da minha postagem sobre Páscoa, Maria Tereza começou a apresentar problemas à noite. Dia sim e dia não ela acordava entre 00:00 e 01:00  chorando muito, nervosa e vomitando (não muito, mas vomitava). Tentávamos falar com ela, pegar no colo, fazer carinho, perguntar o que estava acontecendo e nada.  Minha esposa (a mãe) sempre rezava com ela a noite, antes de dormir, e eu , ficava na sala vendo tv (que é a hora que eu consigo parar). Isso desestabilizava minha noite. Maria passava mal e dormia. No dia seguinte não se lembrava de nada.  Isso durou quase um mês e nesse período eu  estava indo dormir as 2 da manhã. O cansaço foi acumulando. Nesse meio tempo procuramos a pediatra dela, e foi passado uma série de exames. Uma coisa que foi dita logo na consulta: retire o leite, vamos cortar a lactose. Como se faz para interromper um ciclo de uma criança que foi criada com leite materno, e depois iogurte, e leite com achocolatado? Pelo menos 15 dias tentamos e nada

Certo dia, minha esposa no meio da crise da minha filha me olhou e disse: não é Maria Tereza. Era como se algo tomasse posse de seu corpo e atrapalhasse seu sossego durante a noite, pois era sempre no mesmo intervalo. Em uma crise dessas peguei Maria Tereza, coloquei ela na cama e senti uma força estranha dentro de mim. Impus as mãos sobre ela e disse : Em nome de CRISTO eu ordeno que saia! Deixe minha filha descansar ! Ela é abençoada e protegida! Nesse instante Maria dormiu um sono pesado. O mal que eu julguei estar presente nos deixou. Logo depois fiz uma oração e dormimos. Minha esposa me olhou com os olhos arregalados, como se entendesse que não era eu a dar benção e sim a força MAIOR. Naquele momento senti o Espírito Santo agindo por meio do meu amor e da minha fé e isso fluiu. Já ouvi que a oração dos pais é poderosa e eu hoje REALMENTE acredito nisso.

Depois desse episódio, até hoje (dia 30/06) mantemos o hábito de deitarmos juntos, desligar as luzes do quarto, e fazer orações. Leio salmos da bíblia, oro com o coração e não apenas com coisas decoradas. A gente passa a sentir a força que realmente temos quando somos movidos por um amor maior. E nada melhor para exercitar isso do que zelar pelo bem-estar de nossos filhos.

Sobre os exames, apresentou uma verminose, ela tomou remédios e está bem, mas como eu sempre digo: temos que ter fé, mas acreditar na ciência, pois as duas podem e devem andar juntas. Eu, pai, um ser cheio de defeitos e dúvidas, achei no amor pela minha filha um caminho para realmente ter fé. A noite não é mais de dúvidas, e sim de amor e carinho, pedindo proteção ao plano espiritual, aos bons espíritos e a DEUS para que guarde nosso sono e não deixe nenhum mal chegar até nós.

E você? Em que crê? Como você sente essa força? A minha eu vou responder novamente: creio no amor.

Obrigado pela visita.

Te amo filha!




segunda-feira, 5 de abril de 2021

Maria - Amor em tempo de Covid

Boa noite leitor(a), boa noite filha, boa noite mundo.

Passam 2 minutos da meia-noite, então, posso dizer que hoje é dia 06 de abril de 2021. Fiquei muito tempo longe por diversos motivos, e tentando não enrolar muito vou falar de um deles: COVID. Não, não estou com essa doença, e até  o presente momento não posso afirmar que tive (não fiz exames para saber se tenho anticorpos), mas posso dizer que ano passado, nessa mesma época tive sintomas característicos (um deles foi perda do olfato e paladar). De acordo com dados oficiais, hoje temos pouco mais de 331 mil mortes. Uma perda irreparável de vidas. Pessoas próximas a mim tiveram a doença, e inclusive uma pessoa muito querida, que me deu a oportunidade de me reerguer profissionalmente, chamado Marcelo Diuana. Acho que já falei isso aqui no blog, mas fiquei mais de um ano desempregado e esse senhor me abriu as portas de uma empresa na qual hoje sou Consultor de TI, atuando diretamente com suporte. 


A questão toda é: tivemos que aprender a viver sem contato físico com outras pessoas além da nossa família. O vírus se propaga muito facilmente pelo ar, então basta inalarmos ou ,após ter contato com alguém contaminado, levar as mãos aos olhos ou nariz ou alguma mucosa para sermos também contaminados. O tempo médio de contágio e manifestação total da doença dura cerca de 14 dias e não é raro termos pessoas contaminadas que não apresentam sintomas (as chamadas assintomáticas) e que por isso podem estar transmitindo o vírus.  

Nós que estamos tão acostumados ao toque, a ver gente, a andar pela rua, ir para cinema, restaurantes e outros lugares que tanto gostamos,  de repente tivemos que aprender a não tocar, não abraçar, não juntar pessoas. O abraço, o beijo, o carinho, passou a ser pela tela de um celular ou pela webcam (isso quando dá). Para muitos, o carinho vai por uma voz mesmo, por uma mensagem de áudio no celular, por um sorriso com os olhos (pois as máscaras, tão necessárias, nos força a buscar outro jeito de mostrar afeto). O afeto das pessoas que tanto amamos ficou mais do que necessário, ficou mais evidente, mais essencial. E como ficam nossos filhos nessa história toda?
Como sempre digo, esse é um espaço pessoal, que muitas das vezes se encaixa em situações tão comuns a todos nós. Vou fazer meu relato de pai (tentando ser o mais gentil e realista possível com minha esposa claro).

Maria Tereza ficou em casa por quase um ano, pois a escolinha em que ela estuda precisou suspender as aulas presenciais, restando assim as remotas (por vídeo, com atividades que eram enviadas, ou até mesmo impressas e distribuídas na escola). Quando ela começou a se acostumar com os amigos, teve que parar. Como falei antes, o contato faz muita falta. Buscamos alternativas, atividades, jogos. A mãe, que é pedagoga e exerceu o outro lado (deu aula por celular) se virou em muitas. Mãe, amiga, conselheira, psicóloga, dona de casa, esposa, professora. Ah, e os nervos à flor da pele. Não é fácil entreter uma criança que em sua melhor fase,  da descoberta,  do contato com diferentes pessoas, da disciplina de horários, precisou ficar em casa e só saia em na rua em momentos especiais e ainda por cima usando máscara e sempre álcool 70%. Para um adulto que possui todo o conhecimento na ponta dos dedos já era ruim, para uma criança é mais ainda. E haja amor viu? Foram conversas, choros, brigas , e beijos e abraços e cumplicidade. Todos nós reaprendemos o valor das pequenas coisas. Um abraço apertado à noite, um colinho para dormir, uma música cantada baixinho, um filme assistido juntinhos (mesmo que esse filme seja visto 10x). Sim, não é fácil, mas acredito que tudo isso seja para evoluirmos. ELE sabe o que faz e nós temos que aprender, pelo amor ou pela dor.


Maria cresceu bastante nesse ano que passou, e está tão vaidosa que até um canal no Youtube tem! Adora tirar fotos, contar histórias, e está falando "inglês" como ninguém. Já eu, nesse ano longe do blog,  trabalhei um bocado, ao ponto de, no dia que ela fez 4 anos, logo após cantar parabéns e cortar o bolo (por vídeo chamada e com a presença de poucos amigos aqui em casa), eu precisar sair para fazer uma proteção veicular de um amigo do bairro que moramos. Louco né? Sim, mas sempre fiz o meu melhor, para ela por elas. Sempre com máscara e álcool.

Para não me estender muito nesse recomeço, vou falar sobre a Páscoa (dia 04/04/2021 - domingo). A mamãe da Maria comprou ovos de Páscoa com uma pessoa muito querida, amiga nossa.  Na madrugada (as 6:30) despertei e resolvi preparar a surpresa : colei pegadas de coelhinho, e em cada uma delas coloquei 2 bombons caseiros (preparados pela mamãe), levando até um lugar que estava uma cesta com os ovos. Fui deitar novamente as 8 da manhã, pois não queria que ela achasse que o Coelhinho de Páscoa passou por mim e eu não o vi. Disse para mim mesmo que não iria conseguir dormir, pois depois que acordo realmente não paro. Sabe o que me fez descansar? Deitei na cama, e ela (que estava na nossa cama), sentiu minha presença e foi se chegando, ficando em meu braço. Isso me acalmou, me deixou tranquilo e me deu paz para dormir. E assim fomos até as 10 da manhã. Ela acordou, abriu a porta do quarto, viu as pegadas e foi. Aqui embaixo vou colocar o vídeo. Missão cumprida. Ela adorou e nós sentimos que mais uma vez fizemos a coisa certa.  Espero, no fundo do meu coração que esse período seja o momento para nossa fé ressuscitar, e que nunca percamos a esperança.


Hoje (ontem, 05/05/2021) antes de ela dormir, cismou de vir para meu colo, me deu um beijo no rosto e falou  - Meu gostoso. Olhei para minha esposa que estava deitada na cama e falei : - você ouviu isso? Minha esposa riu e falou : - tira o olho que ele é meu hein. Maria Tereza, muito levada falou que eu era o gostoso dela. Brincamos um pouco, a fiz rir e dona mamãe (sempre ela) teve que acalmar para que finalmente essa menina levada e ligada nos 220V dormisse.

E o amor onde vai parar nessa história? Em cada gesto, cada suspiro, cada ensinamento, cada descoberta. Cabe a nós aprendermos diariamente a amar cada dia mais, pois "a vida é trem-bala parceiro, e a gente é só passageiro prestes à partir".

Obrigado pelo carinho, pela atenção e pelo tempo.

Te amo filha!